quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Fevereiro

Depois de cortados, arrumava os ramos na aramagem e atava-os com fitas. Oiço as laminas da tesoura e vejo a escada de madeira apoiada na parede, o escadote. Duas tardes chegavam. Eu varria os pedaços caídos. Preparava-se o vinho, podando a vinha.
Serpentinas de várias cores, pistolas de água. Máscaras. Roupa velha, lenha queimada. Fogueiras. Bailes da juventude. O frio, o sol e a neve. A comida gorda, as orelhas de um porco antes das cinzas. A família à volta da mesa uma vez mais. O cheiro da terra. Carnaval e pirilampos. Rates, o senhor Rates, pequeno gorducho de manguitos, vendendo rabichas, estalidos, peidos-engarrafados que os malandros lançavam na sala de aula longe do olhar do contínuo, antes de tocar para dentro.

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