sexta-feira, abril 07, 2006

Chat Vida Frágil II

Ouvidor: - O teu pai? E tu?

Vida Frágil: - Estou dispersa, sem vontade de trabalhar. O meu pai está pirado. Anda a mudar tudo, está numa fase em que só está bem a mudar as coisas lá em casa. De um dia para o outro mudou de rede telefónica duas vezes. Mudou para Tele 2, agora mudou para a Optimos Home - mudou de TV Cabo para Antena Parabólica. Enfim, troca uns serviços por outros e também não lhe apetece trabalhar. Anda todo lixado, irritado, sempre a discutir com a minha mãe, a dizer coisas como: - morre para aí! Tem um tumor no fígado, ainda não sabemos o que é. São comportamentos estranhos. Ontem estive com eles ao jantar e eles estão completamente alterados.

E O TEU IRMÃO?

Vida Frágil: - O meu irmão não é pessoa de promover diálogos, remete-se ao silêncio, diz que não fala com nenhum deles pois assim, não falando, eles não discutem. Está chateado com o meu pai porque ao deitar a TV Cabo abaixo, deixou-o sem Netcabo e nem sequer falou com ele.


- Pk achas q ando toda down?


Não vivendo com os meus pais, a minha tarefa é mais árdua porque ando sempre de um lado para o outro a fazer os possíveis para estar com eles, para os apanhar a jeito para conversar, para os por a falar um com o outro sem ser a discutir. Entro em casa dos meus pais e é:

- Mãe! Não fales assim para o pai! Pai! Não respondas assim para a mãe! Bruno! Não fales assim para os pais! Pai! Não digas isso ao Bruno!
Há dias em que rebento! Numa sexta qualquer, eram para aí onze da noite, saí de casa dos meus pais tão lixada...Cheguei a casa, peguei numa mochila, meti umas roupas e saí porta fora até à Estação! Queria apanhar um comboio qualquer, para qualquer parte.


DOIS

Vida Frágil: - O Hugo…Ás vezes ‘tamos muito bem, outras muito mal. Não é uma relação que me dê a estabilidade que eu neste momento precisava. É muito parecido comigo. Muito temperamental.
O Pedro vejo-o quase todas as semanas, sinto saudades de estar com ele. Esquisito, não? Há duas semanas, num domingo, estava em casa, completamente em pânico, tinha um texto para entregar na segunda, não tinha uma única linha escrita. Telefonei-lhe, fomos tomar café. Eram cinco da tarde, falamos...Eu disse que não conseguia escrever. Ele lembrou-me que era uma boa "escritora", cheguei a casa e até ás oito horas já tinha metade da reportagem pronta. Depois veio-me buscar para jantar. Eram duas da manhã e ‘tava tudo feito. Fiz em poucas horas o que andei semanas a adiar. O Pedro é assim. Transmite-me confiança, põe-me a trabalhar quando estou bloqueada, conhece bem as minhas fraquezas e a minha força. São onze anos.
O Hugo...bom...chegou a minha casa nessa noite às duas da manhã, depois de eu ter terminado o texto, vinha com um filme passado em Amesterdão…

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