O mundo pós-Pacto de Varsóvia é como um buraco negro e decadente. A guerra está aí, não é fria nem é quente. É comunicacional, no pior sentido do termo: o da experiência pobre, como bem dizes, fiscalista e economista. Vivemos a mais longa guerra mundial: chama-se Globalização. Já teve alguns momentos trágicos: SIDA; 11 de Setembro de 2001; Afeganistão; Iraque; Madrid, 11 de Março de 2004; Tsunami: 26 de Dezembro 2004; Londres, Verão de 2005. Aquecimento Global. Ou Universal?O que mais será engolido pelo buraco? Como terminar a sua marcha contagiante? Quando terminará? Que História é esta? A do Fukuyama? A do “Choque de Samuel P. Huntington ”? A do Orwell? A do Kafka que de algum modo “Historiou” o absurdo, ou as estórias dos “Josés- Pacheco”, dos “Eduardos-Coelho”, e dos comentadores desta televisão “latriníca” que herdamos das maiorias absolutas do “Homo Cavacus”?P.S. Um Buraco Negro não é selectivo. Absorve pela força da gravidade toda e qualquer matéria.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Neblina
Neblina sobre a lua, sobre o céu agora azul-escuro de um lado, vermelho junto ao mar e às nuvens. Os animais recolhem a casa. A noite é discreta.
A ausência de luz transforma os lugares em esconderijos do amor e do crime.
A ausência de luz transforma os lugares em esconderijos do amor e do crime.
Seta em Teerão
Um quarto de hotel. Uma seta desenhada na parede, um Al-Corão numa gaveta e um tapete. A seta apontada. Do coração à cabeça.
Orientação. Meca.
Orientação. Meca.
17.01.2006
O ERRO
O Erro não se corrige, não pede desculpa. O Erro não se assume como um erro, não se reconhece. Um erro assim pode acabar o seu tempo, podre e gasto, doente e louco, numa cadeira de rodas. Eis-nos perante o pior dos erros: o que, agindo deste modo, se desmente, negando-se a si próprio até confundir-se com o Mal.
Não é o único Erro da História. Vejo-o muitas vezes na televisão e nos jornais: Este chama-se Pinochet.
O Mal é o Erro em si mesmo.
Erro II
Haverá álibis para um Erro? A Torre de Babel? Apenas a Torre?
O Erro não se corrige, não pede desculpa. O Erro não se assume como um erro, não se reconhece. Um erro assim pode acabar o seu tempo, podre e gasto, doente e louco, numa cadeira de rodas. Eis-nos perante o pior dos erros: o que, agindo deste modo, se desmente, negando-se a si próprio até confundir-se com o Mal.
Não é o único Erro da História. Vejo-o muitas vezes na televisão e nos jornais: Este chama-se Pinochet.
O Mal é o Erro em si mesmo.
Erro II
Haverá álibis para um Erro? A Torre de Babel? Apenas a Torre?
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Instantes
A lua cheia, branca no céu azul límpido. A lua em linha recta com o sol, no Inverno da tarde que anoitece. Um barco alheio ao movimento dos astros, na faina do entardecer. Uma luz laranja, finíssima, em voos dispersos de pássaros e de gaivotas.
Um comboio pesado de ferro e de gente irritada regressa aos agora-esconderijos, outrora-casas. Um silêncio de árvores, de ramos de choupos, sem vento, frios. Navios de leveza vogam para lugar nenhum, distantes. Pela janela olho a lua luminosa e penso na ignorância de não absorver coisas assim. Um melro anónimo poisado num galho de choupo abandoná-lo-á em breve, despercebido.
Outro comboio passa, feroz.
Pergunto-me: O que é o equilíbrio?
No horizonte, as nuvens escondem o sol, parecem montanhas no mar, junto de pequenos barcos de pesca e de outras nuvens, rubras da luz final. Há uma ordem natural na oposição de tudo. É o contrário, o Caos? A ausência do Nada e do Vazio que une a lua ao sol, a luz à escuridão, o silêncio ao vento, as nuvens ao céu e à agua, o que é imenso ao ínfimo e o perto ao longínquo?
O melro deixou o galho e a árvore e tudo isto é estranho a um diário, a um telejornal.
Porquê?
Um comboio pesado de ferro e de gente irritada regressa aos agora-esconderijos, outrora-casas. Um silêncio de árvores, de ramos de choupos, sem vento, frios. Navios de leveza vogam para lugar nenhum, distantes. Pela janela olho a lua luminosa e penso na ignorância de não absorver coisas assim. Um melro anónimo poisado num galho de choupo abandoná-lo-á em breve, despercebido.
Outro comboio passa, feroz.
Pergunto-me: O que é o equilíbrio?
No horizonte, as nuvens escondem o sol, parecem montanhas no mar, junto de pequenos barcos de pesca e de outras nuvens, rubras da luz final. Há uma ordem natural na oposição de tudo. É o contrário, o Caos? A ausência do Nada e do Vazio que une a lua ao sol, a luz à escuridão, o silêncio ao vento, as nuvens ao céu e à agua, o que é imenso ao ínfimo e o perto ao longínquo?
O melro deixou o galho e a árvore e tudo isto é estranho a um diário, a um telejornal.
Porquê?
Inverno
Na margem, junto ao rio, sobre a relva, o passeio das gaivotas. No Inverno a noite vem mais cedo, protectora. Retiramo-nos para o lugar da calma, ao sabor da lenha queimada. As árvores, sem folhas, recuperam a seiva. Preparam a chegada da maturidade. A vinda do pensamento.
Parecem Homens.
Parecem Homens.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Janeiro
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