tag:blogger.com,1999:blog-207506792024-02-21T01:26:49.525+00:00A Casa das AbelhasUnknownnoreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-16410454085073370832010-08-11T00:25:00.004+01:002010-08-11T00:38:23.358+01:00Zunido filosófico- Olá, Abelha!<br />- Bzzzzz! Bzzzzz! Bzzzzz!<br /><br />- Pareces dormir.<br />- Bzzzzz!Bzzzzz!Bzzzzz!<br /><br />- Ou talvez não.<br />-Bzzzzz!Bzzzzz!Bzzzzz!<br /><br />- Mais de três anos sem te ver...<br />- Bzzzzz! Bzzzzz! Bzzzzz!<br /><br />- Ocupado no mundo.<br />-Bzzz!Bzzz!Bzzz!<br /><br />- Para o mel o prazer e o cansaço do voo. A colheita.<br />- Bzzzzz! Bzzzzz! Bzzzzz!<br /><br />- O aroma. O polén.<br />-Bzzzz!Bzzzz!Bzzzzz!<br /><br />- Olá, Abelha!<br />- Bzzzz!Bzzzz!Bzzzz! -ouvi finalmente.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-19055676439893903342007-01-03T17:51:00.000+00:002007-01-03T17:55:37.738+00:00Da má literatura. Da má vida.A melhor literatura não usa palavras. Usa o sentido que está entre o que a palavra quer dizer e o que pode significar. Por isso é que escrever pdoe ser algo verdadeiramente detestável.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1155516783323073692006-08-14T01:53:00.000+01:002006-08-14T12:59:24.860+01:00Uma árvore<div align="center"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/1600/Masterbee.0.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 275px; CURSOR: hand; HEIGHT: 321px" height="248" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/320/Masterbee.0.jpg" width="131" border="0" /></a><br /></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"></div><br /><br /><br /><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"></div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left"> </div><div align="left">Um velho carvalho:<br />Manhãs de Maio à sombra<br />da sabedoria. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1153501237627001482006-07-21T17:58:00.000+01:002006-07-21T18:01:13.500+01:00AforismoA velhice é a porta fechada da juventude.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1151673923621352852006-06-30T14:19:00.000+01:002006-07-04T17:26:21.106+01:00Imaginário<div align="justify">Entro cedo na cidade antiga, a oriente deste verão. Velhas ruas inundadas de gente, a gente de sempre no burgo escasso, cerca do bazar. Oiço as vozes de uma língua estranha, e respiro um ar de paz, um ar vermelho, tórrido, amarelo. Quente de cheiros: açafrão, gengibre, soja. Um velho porto onde os barcos antigos, ancoram na água das pérolas. Arroz, chapéus de palha. </div><div align="justify">Na margem, um anciãode barba branca e longa, junto à ponte, abraça um peixe. Depois engole um pequeno dragão. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1151673582411151702006-06-30T14:16:00.000+01:002006-07-04T17:23:03.503+01:00Fragmentos<div align="justify">Um homem caminha.</div><div align="justify">Avista o mar, as montanhas,<br />répteis sobre a terra.<br /><br /></div><div align="justify">Uma rua antiga. Uma rua de brincar. Atrás do jardim, do grande jardim das tílias fragrantes em tempo de quase-verão: uma bola, um pião, carros feitos de madeira e de rolamentos.<br /></div><div align="justify"><br /><br />Jardim de tílias.</div><div align="justify">Gaiola a oriente,<br />das mãos e do voo.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1150472017154088792006-06-16T16:22:00.000+01:002006-06-16T18:15:58.186+01:00Proletariado mediáticoViriato Soromenho Marques, a propósito do papel da televisão:<br /><br /><div align="justify">(...) "Na sua pior dimensão, a televisão é o meio preferencial da sociedade de mercado onde vivemos, uma sociedade onde não há nada que não seja mercadoria transaccionável. Nem a honra, a dignidade ou os valores. A televisão rima hoje com poder. Seja ele político ou económico. </div><div align="justify"></div><div align="justify">(...) A tendência é para que os canais generalistas se transformem nume espécie de "panem et circenses" (pão e circo), modelando os gostos do que podemos designar como "proletariado mediático" (a maioria dos telespectadores) .</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">In O Diabo, 13 de Junho de 2006</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Comentário: </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Discordo. A honra não é uma mercadoria, nem a dignidade, nem os valores!!! Ainda que alguns os trasnsaccionem para iludir o "proletário dos media". Oh! Cruel conceito!!! Oh! cruel decadência! Há constatações demasiado perigosas. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1150459534525072782006-06-16T13:02:00.000+01:002006-06-16T13:05:34.546+01:00MensagemUma mensagem chega ao teu correio acompanhada de duas fotografias. Diz assim:<br /><br />- Aqui seguem dois bons momentos:<br />Uns camarões asiáticos com arroz selvagem e puré de bróculos.<br />E a inauguração da púcaro de barro negro com uma maruca e batatinhas no forno.<br />Abraço e que o dia seja feliz pelo paço.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1150314024796825582006-06-14T20:19:00.000+01:002006-06-14T20:40:24.903+01:00IIOlhar as nuvens<br />cinzas verdes e árvores<br />chão de água e de pó.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1150312701339761522006-06-14T20:10:00.000+01:002006-06-14T20:18:21.356+01:00IO voo do melro<br />pára no choupo verde<br />molhado, à chuva.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1149698904880643162006-06-07T17:42:00.000+01:002006-06-07T18:00:41.773+01:00Da Juventude - Passagem das nuvens<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/1600/blogue.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/320/blogue.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Praias, cafés, apartamentos,<br />lugares onde, pela última vez, a pele foi tocada.<br /><br />Um dia, com a mala por abrir,<br />um dos amantes regressará às ruínas da cidade,<br />e se não regressar,<br />num outro porto de abrigo,<br />sempre que uma viagem termine,<br />lembrar-se-á do breve vento de verão,<br />da janela e do quarto azul,<br />onde, como na tela transparente dos olhares,<br />havia lágrimas e alguns sorrisos.<br /><br />Janeiro,1999.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1149698483375100742006-06-07T17:35:00.000+01:002006-06-07T17:41:23.393+01:00InsóniaGrasnar da gaivota:<br /> - Branco voo de estio<br />em noite profunda.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1149090931457869682006-05-31T16:54:00.000+01:002006-06-07T17:52:32.806+01:00Fúnebre<div align="justify">Um engarrafamento na zona velha cidade. Aí as cores das fachadas dos prédios são pálidas e carcomidas. Em baixo, gaivotas e pombos de rua. Passeios sujos de calcário. Tabernas e cafés onde humanos embriagados se escondem. Um carro fúnebre transporta a urna e os familiares de preto. </div><div align="justify">À porta, um bêbado acena. Mostra os dentes podres, diz "adeus".</div><div align="justify">Tudo muito doméstico. Habitual.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1148313754034990422006-05-22T16:51:00.000+01:002006-05-23T18:24:58.666+01:00MisériaQuando o silêncio era uma vergonha, os corpos escondiam-se dos trapos. Havia pudor. Agora, na época do ruído, os corpos saem à rua. Expostos, caem aos pedaços. Não há vergonha. Entre um e outro tempo, mais do que a pobreza, a miséria humana de sempre.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1147892709490197252006-05-17T20:02:00.000+01:002006-05-23T18:25:39.366+01:00Da vida efémera, da tristeza e da ignorânciaVelocidade<br /><br />Passar às árvores,<br />não saber coisas de árvores <br />por não querer vê-las.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1147781952322407302006-05-16T13:18:00.000+01:002006-05-16T13:19:12.336+01:00Dois Haikus UrbanosI<br /><br />Cães de casino<br />Quentes noites e secas<br />E homens a ladrar.<br /><br />II<br /><br />Mulheres de espuma<br />Um circo de lantejoulas<br />Vaginas de armazém.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1146648044022684242006-05-03T10:18:00.000+01:002006-05-03T10:24:20.530+01:00Abelhudo e abelhudos. Subjectividades<div align="justify"><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/1600/Abelhudo.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3393/2090/320/Abelhudo.jpg" border="0" /></a> Protesto inflamado.</a><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Um apicultor sul-coreano salta para cima de uma bandeira japonesa e de uma imagem do primeiro-ministro Junichiro Koizumi, em Seul. Ahn Sang-kyu libertou 200 mil abelhas para protestar contra o facto de o Japão reclamar a soberania sobre os ilhéus sul-coreanos de Dokdo.<br /><br /><br /><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">Foto: Lee Jin-man/AP</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1144693082767218082006-04-10T19:13:00.000+01:002006-04-10T19:18:02.796+01:00Desabafo<div align="justify">Tenho sede de férias. Se fosse possível ia para qualquer lado, até para a <em>Conchinchina</em>! Estou cansada, farta de tomar cenas para dormir. Chás, <em>Valdisperte’s</em>…Deixei de tomar café e não durmo. Há uma semana que ando a dormir três a quatro horas por noite e estou cansada. Ontem o meu irmão foi com o meu pai para as urgências, nem me chamaram. Só me disseram hoje de manhã.<br />Ele está bastante constipado e não pode tomar certas medicações por causa do fígado. É gripe. Foi muito abaixo. Depois trabalha por turnos à noite, apanha frio, não é grave mas agora está de baixa. Eu é que já não consigo separar o grave do menos grave. Acordei às oito horas com a minha mãe a dizer o que se tinha passado e fiquei <em>fula</em> por ninguém me ter dito nada. Devia ter ido lá jantar, mas não fui para estar com o Hugo. Também não valeu de nada. Zangámo-nos. Ando a perder o meu tempo com ele. Sinto-me mais frágil. Choro com mais facilidade e ele fica todo <em>stressado </em>com isso. Diz que não sabe o que fazer e não percebe que não tem de fazer nada. Só tem de me deixar chorar à vontade e ponto final. Ontem tive de pôr as coisas no plano do <em>tudo ou nada</em>, porque não há hipótese: ou ele aguenta que eu esteja com uma depressão e chore, seja em que circunstâncias for, ou porque passa uma música no rádio que me toca, ou porque me cai uma cagadela de pomba no casaco, ou então se não aguenta eu vou embora, porque ele cansa-me, as perguntas dele cansam-me, o ele querer fazer com que eu não0 esteja assim triste só me entristece ainda mais. O problema disto tudo é que eu tenho de trabalhar e ando com uma cara péssima, tenho de fazer telefonemas e como passo a vida fugir para ir chorar à casa de banho fico com a voz "presa". Depois vou à minha psicóloga e ela diz-me que eu estou no bom caminho para lidar com a depressão só porque me vê bem vestida e arranjada, porque, segundo ela, se eu estivesse mesmo mal não tinha vontade de me arranjar. Bolas! Claro que ando bem vestida, ao dinheiro que ando a gastar em roupa!!! Só estou bem dentro do<em> shopping</em>. Era o que mais faltava! Se para além de andar triste ainda andasse desmazelada! Tenho 28 anos. Sou bonita, tenho de andar bem vestida.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1144426453116215452006-04-07T16:56:00.000+01:002006-04-07T17:14:13.153+01:00Harmonica e os Arruma CarrosO Harmonica que é Charles Bronson no Western Épico de Sergio Leone, "Once Upon a Time in The West" (1968), poderia encarnar. Apareceria em silêncio, saindo do nada tórrido do deserto, tocando a harmonica de Ennio Morricone pelas ruas secas, arenosas das cidades portuguesas, onde há jovens desgraçados, drogados, despedaçados, despenteados, mal-cheirosos, acenando em orquestra, para os lugares vazios de quem procura estacionamento. <br />Uma extorsão voluntária que as autoridades permitem. É inaceitável há mais de uma década! <br /> <br />O Harmonica faz falta na realidade deste "west".Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1144409372060322882006-04-07T12:18:00.000+01:002006-04-07T16:54:31.370+01:00Sonho<strong>Agosto, 1993 </strong><br /><strong><br /></strong><br /><div align="justify">Estudantes timorenses, numa acção que outros repetiram em datas anteriores, invadem e refugiam-se na embaixada holandesa em Jacarta. Dois deles: Abraão, cabelo comprido, magro moreno. Guerrilheiro aos nove anos nas montanhas de Loro Sae. Hélder, cabelo curto, óculos redondos, mais baixo e mais gordo. Comunista crítico de Suharto. Dias mais tarde, um avião da Cruz Vermelha transporta-os para Amesterdão, de onde saem rumo a Portugal. Ingressam na Universidade. Cursos: Sociologia e Administração Pública.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><em>"É preciso ver mais longe",</em> dizia Hélder; <em>"...e cantar, cantar..."</em> acrescentava Abraão, segurando a viola. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>Abril, 2006</strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Abraão passeia de cabelos longos e brancos numa rua anónima, escura. Trabalha no norte da Europa, num aviário. Hélder, passa e não me conhece. Vive nos subúrbios da cidade. É guarda-nocturno de uma fábrica.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Sonhos: Ver mais longe. Cantar.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1144408669910662612006-04-07T12:15:00.000+01:002006-04-07T16:51:43.306+01:00Chat Vida Frágil II<div align="justify"><strong>Ouvidor: </strong>- <strong>O teu pai? E tu?</strong><br /><br /><strong>Vida Frágil:</strong> - Estou dispersa, sem vontade de trabalhar. O meu pai está pirado. Anda a mudar tudo, está numa fase em que só está bem a mudar as coisas lá em casa. De um dia para o outro mudou de rede telefónica duas vezes. Mudou para <em>Tele 2</em>, agora mudou para a <em>Optimos Home</em> - mudou de TV Cabo para Antena Parabólica. Enfim, troca uns serviços por outros e também não lhe apetece trabalhar. Anda todo lixado, irritado, sempre a discutir com a minha mãe, a dizer coisas como: - <em>morre para aí! </em>Tem um tumor no fígado, ainda não sabemos o que é. São comportamentos estranhos. Ontem estive com eles ao jantar e eles estão completamente alterados.<br /><strong><br />E O TEU IRMÃO?<br /></strong><br /><strong>Vida Frágil:</strong> - O meu irmão não é pessoa de promover diálogos, remete-se ao silêncio, diz que não fala com nenhum deles pois assim, não falando, eles não discutem. Está chateado com o meu pai porque ao deitar a TV Cabo abaixo, deixou-o sem Netcabo e nem sequer falou com ele.<br /><br /><br /><em><strong>- Pk achas q ando toda down?<br /></strong></em><br /><br />Não vivendo com os meus pais, a minha tarefa é mais árdua porque ando sempre de um lado para o outro a fazer os possíveis para estar com eles, para os apanhar a jeito para conversar, para os por a falar um com o outro sem ser a discutir. Entro em casa dos meus pais e é:<br /><br />- <em>Mãe! Não fales assim para o pai! Pai! Não respondas assim para a mãe! Bruno! Não fales assim para os pais! Pai! Não digas isso ao Bruno! </em></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Há dias em que rebento! Numa sexta qualquer, eram para aí onze da noite, saí de casa dos meus pais tão lixada...Cheguei a casa, peguei numa mochila, meti umas roupas e saí porta fora até à Estação! Queria apanhar um comboio qualquer, para qualquer parte.<br /><br /><br /><strong>DOIS</strong><br /><br /><strong>Vida Frágil:</strong> - O Hugo…Ás vezes ‘tamos muito bem, outras muito mal. Não é uma relação que me dê a estabilidade que eu neste momento precisava. É muito parecido comigo. Muito temperamental. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">O Pedro vejo-o quase todas as semanas, sinto saudades de estar com ele. Esquisito, não? Há duas semanas, num domingo, estava em casa, completamente em pânico, tinha um texto para entregar na segunda, não tinha uma única linha escrita. Telefonei-lhe, fomos tomar café. Eram cinco da tarde, falamos...Eu disse que não conseguia escrever. Ele lembrou-me que era uma boa "escritora", cheguei a casa e até ás oito horas já tinha metade da reportagem pronta. Depois veio-me buscar para jantar. Eram duas da manhã e ‘tava tudo feito. Fiz em poucas horas o que andei semanas a adiar. O Pedro é assim. Transmite-me confiança, põe-me a trabalhar quando estou bloqueada, conhece bem as minhas fraquezas e a minha força. São onze anos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">O Hugo...bom...chegou a minha casa nessa noite às duas da manhã, depois de eu ter terminado o texto, vinha com um filme passado em Amesterdão… </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1144322878029113072006-04-06T11:57:00.000+01:002006-04-06T19:47:57.170+01:00Chat Vida Frágil<div align="justify">De repente, a uma hora incerta da manhã, no ecrã de um computador qualquer, em qualquer canto da aldeia, uma mensagem abrupta.</div><p><br />Personagens: <strong>Vida Frágil e Ouvidor</strong><br /><br />É a vida, frágil como só ela é! :<br /></p><div align="justify"><br /><strong>- Ontem, um segundo tio meu, caiu das escadas ao levar o lixo e ficou em coma.<br />A vida é do carago, uma coisa básica, tipo ires por o teu lixinho no contentor, escorregas da escada e...tau! Cuidados intensivos.</strong></div><br />E NÃO É ISSO QUE É BOM?<br /><div align="justify"><br /><strong>- Não. É demasiada imprevisibilidade para o meu gosto.Nunca tive esta consciência da "fragilidade " da vida e isso está a dar cabo de mim.</strong></div><br /><div align="justify"><br /><em>"Se o orvalho de Adashino nunca secasse, se o fumo em Toribeyana nunca se dissipasse, então os homens não sentiriam pena das coisas. Na verdade, a beleza da vida é a sua incerteza."</em></div><br /><em>Yoshida Kenko, Monge budista japonês</em><br /><br />É a vida, frágil como só ela é!:<br /><div align="justify"><br /><strong>- É incrível. Estou com a minha mãe ao telefone...Morreu uma prima dela e ela está em pânico. Tudo acontece à minha família. Parece "karma". É tudo contra mim. Quando estou a conseguir que a minha mãe pense que não vai morrer...Tau! Morre alguém de quem ela gosta, com um cancro. Parece mesmo que anda alguém a conspirar contra mim.</strong></div><br />E A TUA MÃE?<br /><br />É a vida, frágil como só ela é!:<br /><div align="justify"><br /><strong>- Vai fazer exames para saber que tipo de "massa" se está outra vez a desenvolver no intestino, mas os médicos dizem-me que ainda não sabem bem o que é. Mas eu sei que pode ser uma metástase, os doentes que desenvolvem cancro no cólon têm 50% de probabilidades de desenvolver novos cancros que, se tratados com quimioterapia e anticorpos, podem ser controlados, mas a esperança média de vida do doente é de dois anos, apenas. O cancro é uma doença fascinante: Quando as células se tornam malignas o seu crescimento é igual ao das células normais, mas, e isso é que é interessante, à medida que a massa do tumor aumenta, o ritmo de crescimento das células diminui. Por isso é que pessoas com cancro em estado muito avançado, andam como se nada fosse. Ou seja: as células param de se desenvolver quando a massa do tumor se torna letal. É como se pensassem: <em>"ok, este fulano já vai c'u carago, bora lá deixar de trabalhar!"</em> </strong></div><div align="justify"><br /><strong>Progressivamente o cancro tornou-se o meu único objecto de estudo. Comprei um Manual de Medicina, do Harrison. Sei que alimentos ajudam a prevenir o cancro: Alho e malagueta são altamente anti-cancerígenos. Ponho alho e malagueta em toda a comida que faço.<br /><br /><br /></strong></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1143477045885462102006-03-27T17:26:00.000+01:002006-03-27T17:30:45.916+01:00DecadênciaEstou triste. Por entre prédios em ruínas, casas que a qualquer momento ameaçam derrocada, passam os loucos. Em dias de verão vestem pantufas, cachecóis coloridos, camisolas de clubes de futebol. Desgrenhados, não cortam o cabelo, não desfazem a barba.<br /><br />Estou triste. Neste país esquisito, só eles cantam, só eles riem. Só eles saem por aí, sem fato, sem gravata, à gargalhada. São os loucos. Não sabem rezar, mas não estão tristes.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1140205334213154202006-02-17T19:41:00.000+00:002006-02-17T19:42:14.216+00:00MedoNo anos setenta do século passado, trovoava violentamente sobre a Vila. Era no quarto da mãe. O vento rugia. As faíscas iluminavam o mundo em frente da janela cinzenta. Mas tudo eram sombras na ausência dos pais. Por isso choravam, abraçados.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20750679.post-1140205274456308522006-02-17T19:40:00.000+00:002006-02-17T19:41:14.510+00:00FormasFormas horizontais no banco, junto ao rio. A terra protege a essência vertical das árvores. A forma é a substância. É inalterável. Apenas a substância que a forma oculta. Assim também a vida organizada dos humanos. Tu: a substância. Provavelmente.Unknownnoreply@blogger.com0